História da Freguesia

A Freguesia do Marco deriva da fusão de 5 Freguesias, Fornos, Freixo, Rio de Galinhas, São Nicolau e Tuías.

Fornos

A toponímia desta freguesia está necessariamente relacionada com a forma tradicional de amassar e cozer pão em fornos, muitos dos quais foram deixados em testamento por D. Mafalda à Albergaria de Canaveses, que tinha como principal função a de acolher pobres e peregrinos.

A mais antiga referência a Fornos de que há documentação é de 1066; fala-se de uma “villa” com propriedades demarcadas por marcos delimitadores, provindo daí o topónimo “Marco”. No século XVI esta freguesia era conhecida por Santa Marinha de Fornos e encontrava-se anexa a São Nicolau de Canavezes. Ao longo da sua história pertenceu também ao Couto de Tuías, aos concelhos de Soalhães e Canavezes.


Freixo

A cidade de Tongobriga, hoje tão escalpelizada pelos investigadores, começou a ser escavada e estudada em Agosto de 1908, num sítio chamado "capela dos Mouros". Foi a designação dada pela população, sempre atreita a acusar o omnisciente sarraceno, à pequena parte então visível das ruínas romanas. Até então, pouco se conhecia daquele que era geralmente referido como um castro.

Os vestígios arqueológicos do Freixo começaram a surgir bem cedo. Em finais do século XIX, o Mestre Martins Sarmento escrevia um artigo no " Archeologo Português", chamando a atenção para o aparecimento de uma inscrição latina numa ara romana.

Construído segundo os princípios da arquitectura vitruviana (de Vitrúvio Marco, arquitecto e engenheiro romano do século I d. C.), representava o momento de descanso do romano após a jornada de trabalho.

Freixo pertenceu ao Concelho e Comarca de Soalhães, passando no século XIX para o do Marco de Canaveses. Foi daqui natural Agostinho de Serpa Pinto, o caçador africano sobrinho do explorador do mesmo nome. Foi proprietário da Casa do Freixo e por aqui ficou, arroteando mais a sua família as terras da Freguesia. Aqui se realizava uma tradicional Feira anual, que durava vários dias pela Quaresma. Ainda se realizou em 1886.


Rio de Galinhas

O topónimo “Rio de Galinhas” parece derivar em primeiro lugar de um dos ribeiros que atravessam a freguesia, e em segundo lugar da abundância na freguesia daquela espécie de aves.

No ano de 1080, o topónimo “Riu de Galinas” é mencionado num documento e já nas Inquirições, a freguesia integrava o couto de Tuias, permanecendo em Tuias até meados do século XVIII. No século XIX, a freguesia integrou o concelho de Soalhães, no qual se manteve até à sua extinção, passando depois a integrar o concelho de Marco de Canaveses, mantendo-se neste até à actualidade.

O território da freguesia foi desde muito cedo escolhido como local de passagem entre as importantes regiões de Canaveses e Baião, originando uma maior concentração das populações no território da freguesia.


São Nicolau

O povoamento do território a que corresponde a actual freguesia de S. Nicolau é bastante remoto, uma vez que a região onde se insere foi povoado desde a época romana. À data da fundação da Nacionalidade era um centro populacional de grande relevo que veio a ser escolhido como residência de D. Mafalda que aí fundou uma albergaria (destinada a albergar nove peregrinos), construiu uma ponte e uma Igreja. Da albergaria poucos vestígios restam, ficando marcada a sua existência no topónimo de um dos lugares que constituem a freguesia. A ponte, bastante beneficiada durante o reinado de D. Dinis, por verba testamentária do bispo do Porto, sofreu grandes alterações ao longo dos tempos, tendo sido demolida em 1944. No seu lugar foi construída uma nova ponte que acabou por ser submersa na albufeira criada pela barragem de Torrão. A ponte que actualmente estabelece a ligação rodoviária com a margem direita do rio foi aberta ao trânsito em 1988. Quanto à igreja paroquial é um templo românico muito simples, cuja localização, próxima da margem esquerda do Tâmega, junto à antiga ponte de Canaveses, motivou a construção de um muro de protecção devido à subida das águas com a edificação da barragem do Torrão.

A história desta freguesia passa também pelo desenvolvimento da história da antiga vila de Canaveses, cuja sede administrativa se situava em S. Nicolau. Canaveses foi honra, beetria e vila, gozando do privilégio de administrar por si e eleger o seu senhor. O senhorio de Canaveses passou pelas mãos de três famílias: entre os anos de 1255 a 1384, o senhorio pertenceu a D. Gonçalo Garcia e seus descendentes; em 1384, D. João deu-o a João Rodrigues Pereira, parente de Nuno Álvares Pereira; finalmente, no reinado de D. João II, passou à posse da coroa, sendo o meirinho nomeado pelo rei que administrava e nomeava os juízes, procuradores e tabeliães. Testemunho dessa antiga autonomia administrativa é o pelourinho de S. Nicolau, protegido como Imóvel de Interesse Público, através do Decreto nº 23-122, publicado em Diário do Governo, nº 231 de 11 de Outubro de 1933.

Para além dos já mencionados, destaca-se do acervo patrimonial de S. Nicolau, o Cruzeiro do Senhor da Boa Passagem, a Capela de S. Lázaro e as Casas da Cruz e do Pardo.


Tuías

O importante espólio arqueológico que hoje se conhece e que, ao longo do tempo, foi recolhido nesta região, é a prova que Tuías foi povoada desde tempos sem memória. Entre outros vestígios, encontraram-se marcas de edificações castrejas, assim como alguns utensílios domésticos. Sabe-se também que aqui existiu um Mosteiro, cuja data de fundação se desconhece, mas terá ocorrido em época anterior a 1163.

Nos século XII e XIII, Tuías foi “beetria”, ou seja, era uma povoação que servia de ponto paragem aos viandantes que circulavam por Portugal.

Tempos depois, veio a tornar-se concelho independente, até que, em 1835, Tuías, a Vila de Canaveses e algumas freguesias de Bem Viver e de Gouveia formaram um único município — o Marco de Soalhães. Contudo, este acabou por ser extinto em 1852, e foi criado o concelho do Marco de Canaveses, ao qual Tuías passou a pertencer.

Hoje é uma das mais importantes freguesias do concelho, apresentando um desenvolvimento gradual e contínuo. Grande parte dos seus habitantes dedicam-se às actividades dos sectores secundário e terciário, mas a agricultura (sector primário) também não foi esquecida, registando-se vários investimentos na área, de forma a proporcionar alguma rentabilidade.